A operadora Claro deu start à corrida do 5G no Brasil.
No início de julho, a empresa anunciou a primeira rede comercial 5G do país, que estará disponível, inicialmente, em bairros do Rio de Janeiro e São Paulo.
De acordo com a operadora, o 5G DSS (sigla em inglês para Compartilhamento Dinâmico de Espectro) permitirá conexões até 12 vezes mais velozes que o 4G convencional em smartphones compatíveis, como o Motorola Edge, o primeiro smartphone 5G do país.
Os primeiros bairros a receberem a tecnologia será Ipanema, no Rio de Janeiro, e as regiões dos Jardins e da avenida Paulista, em São Paulo.
A Claro ainda destacou que a cobertura crescerá gradativamente. Assim, como informou o Valor Econômico, a expectativa é que, até o fim de setembro, a tecnologia já esteja disponível em nove bairros no Rio e 12 na capital paulista.
Sobre a tecnologia DSS
O lançamento do 5G da Claro ocorre antes mesmo do leilão de frequências da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que estava previsto para 2019, mas que só deve ser realizado em 2021, por conta da pandemia.
Assim, especialistas da área consideram que o 5G só terá uso massivo quando o leilão for realizado, liberando assim, novas frequências.
Isso quer dizer que, por enquanto, os clientes 5G da Claro vão se conectar à mesma rede que atende, atualmente, o 4G e 4.5G.
“Essa tecnologia te permite entregar uma experiência 5G no ‘grid’ [rede] atual. Ou seja, você pega o mesmo conjunto de antenas que você tem, coloca essa tecnologia, e pode dispor do serviço de imediato”, explicou Paulo César Teixeira, presidente-executivo da unidade de Consumo e PME (pequenas e médias empresas) da Claro.
Teixeira ainda destacou que isso não quer dizer que a Claro vai abrir mão de participar da licitação da Anatel. Já que frequências adicionais irão permitir a ampliação da capacidade da rede.
Conforme explicou o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, ao Valor Econômico, o 5G pode ser oferecido em qualquer frequência. Entretanto, como ocupa boa parte da faixa de frequência utilizada, a Claro não conseguiria “montar uma rede cheia de clientes”, ponderou o engenheiro, mestre telecomunicações.
Já Fiore Mangone, diretor de desenvolvimento de Negócios da Qualcomm – fabricante do chip e modem do Motorola Edge – ressaltou que todas as frequências disponíveis podem e devem ser usadas para o 5G. Isso porque, segundo ele, o espectro eletromagnético é um recurso escasso e caro.
Diferenciais do 5G
A Claro explica que o 5G “permite ultra velocidade e transporta uma quantidade de dados muito maior para um grande número de usuários simultaneamente”.
Com isso, o tempo de resposta da rede, isto é, a latência, diminui consideravelmente, para algo em torno de milissegundo, dando mais velocidade e melhorando a experiência do usuário.